Hoje começou o mês de Setembro. Ainda está calor.
Tenho medo de partir. O meu sonho nunca esteve tão perto e eu tenho medo!
Será que vou conseguir?
A luta não chega ao fim, aprendi isso da pior forma. Sei que consigo se me esforçar, e um sonho merece tal esforço.
Deixo a minha família para trás e os meus amigos. Levo-vos no coração. Cada dia que passe, lembrar-me-ei de todos.
Deixo o meu pai e a minha mãe sós, o meu irmão também cá fica. Sei que nada neste mundo recompensará a aposta que fazem em mim. Acreditar nesta filha que já deu desilusões. Com a vossa fé não cairei em desespero, e quando este apertar, vou olhar para a vossa foto, que levarei sempre comigo. Obrigada... por permitirem a realização deste sonho meu, este capricho.
Levo um sonho que partilho contigo, minha amiga, uma vontade mais forte do que alguma vez imaginei. Na algibeira levo um porta chaves que conservarei para relembrar, todos os dias, de ti que mo deste.
O pescoço protejo com o cachecol que por vocês me foi oferecido e todos os dias beberei café desta chávena que tu me deste.
Obrigada pela vossa amizade. Levo-vos a todas no coração e na alma, e não desistirei sem trazer o prémio final, que já me ajudaram, de certa forma, a conquistar.
Hoje ainda escrevo de Portugal, amanha já não...
Até já...
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
terça-feira, 13 de maio de 2008
Hoje tive um sonho! Sonhei com o futuro! Sonhei com um Mundo em que as crianças usam máscaras para respirar, em que os pais lutam entre si por dinheiro, em que os adolescentes não sabem o que fazer com o seu futuro. Qual é, então a diferença entre os dias de hoje?
No meu sonho só havia uma árvore. Uma única árvore. O seu tronco era antigo, negro pela poluição. As suas folhas eram de um verde amarelado, adoentadas pela falta de luz. Os seus frutos eram insípidos, aguados, grandes, bonitos e com leve travo a remédio. No topo da árvore estava um ninho! Dois ovos escuros, frios, jaziam dentro. Um rachado, outro seco, e uma ave acabrunhada piava para o céu! As patas mostravam idade, o bico era escuro, cinza. As penas eram melancólicas, sem brilho (também, que ave teria vontade de se cuidar em tal estado de abandono profundo).
Este cenário estava vedado, numa espécie de estufa. O tecto impedia que os raios ultra-violeta penetrassem para dentro, protegendo os seres vivos (uma árvore e uma ave) que lá habitavam. Observava-se um céu escuro, metamorfoseado, em andamento cego sobre o ténue e protector tecto. O rumor era de que o buraco do ozono era tão grande que as nuvens tomaram conta do céu, uma reacção própria da Natureza.
Crianças, poucas, adoentadas, olhavam e apontavam para última árvore do Mundo, com olhar incrédulo, pasmado. Algumas procuravam a ficha que ligava à electricidade, ou o sítio onde poderiam estar as pilhas.
Eis então que saí do recinto. Um labirinto infindável de construções deparava-se à minha frente. Gigantes arquitecturais prédios mostravam semblantes escondidos por entre as nuvens movediças. Mas o meu maior espanto! Bicicletas! Tantas bicicletas! Bicicletas com uma, duas, três, quatro e até cinco rodas! Pessoas moviam a pedais estas estruturas de brilho metálico. Mas a maior parte andava a pé! Não se via carros, não se via motas. De vez em quando surgiam objectos de grande dimensão com pessoas sumptuosas dentro, sendo que raramente se conseguiam ver porque os objectos eram aparentemente cerrados em si, apenas alguns mostravam pequenas fissuras por onde se podia ver as entranhas.
No entanto, a maior parte das pessoas eram tristes. De um pálido amarelo. Com caras escavacadas e corpos ossudos. Os olhos eram pequenos com as pupilas dilatadas, a pele era estaladiça, seca, e os lábios pareciam um amontoado de peles soltas avermelhadas. As mãos eram compridas, finas, com velhos livros e velhas pastas. As roupas, melhor, trapos, eram velhos e escuros. Algumas não tinham sapatos, mas também o chão parecia estéril, inabitável, com o negrume.
Andei involuntariamente pelo tráfego pedestre, caminhei entre as pessoas e elas nem davam pela minha presença.
Eis que acordei! Tremi e arregalei os olhos! Abri a janela, e vi…árvores, ouvi pássaros a chilrear. O Céu era azul, enublado e a chuva a caia de mansinho nas folhas das árvores, obrigando-as a movimentos quase imperceptíveis.
Fechei os olhos e desejei que o meu sonho nunca se torne realidade!...
No meu sonho só havia uma árvore. Uma única árvore. O seu tronco era antigo, negro pela poluição. As suas folhas eram de um verde amarelado, adoentadas pela falta de luz. Os seus frutos eram insípidos, aguados, grandes, bonitos e com leve travo a remédio. No topo da árvore estava um ninho! Dois ovos escuros, frios, jaziam dentro. Um rachado, outro seco, e uma ave acabrunhada piava para o céu! As patas mostravam idade, o bico era escuro, cinza. As penas eram melancólicas, sem brilho (também, que ave teria vontade de se cuidar em tal estado de abandono profundo).
Este cenário estava vedado, numa espécie de estufa. O tecto impedia que os raios ultra-violeta penetrassem para dentro, protegendo os seres vivos (uma árvore e uma ave) que lá habitavam. Observava-se um céu escuro, metamorfoseado, em andamento cego sobre o ténue e protector tecto. O rumor era de que o buraco do ozono era tão grande que as nuvens tomaram conta do céu, uma reacção própria da Natureza.
Crianças, poucas, adoentadas, olhavam e apontavam para última árvore do Mundo, com olhar incrédulo, pasmado. Algumas procuravam a ficha que ligava à electricidade, ou o sítio onde poderiam estar as pilhas.
Eis então que saí do recinto. Um labirinto infindável de construções deparava-se à minha frente. Gigantes arquitecturais prédios mostravam semblantes escondidos por entre as nuvens movediças. Mas o meu maior espanto! Bicicletas! Tantas bicicletas! Bicicletas com uma, duas, três, quatro e até cinco rodas! Pessoas moviam a pedais estas estruturas de brilho metálico. Mas a maior parte andava a pé! Não se via carros, não se via motas. De vez em quando surgiam objectos de grande dimensão com pessoas sumptuosas dentro, sendo que raramente se conseguiam ver porque os objectos eram aparentemente cerrados em si, apenas alguns mostravam pequenas fissuras por onde se podia ver as entranhas.
No entanto, a maior parte das pessoas eram tristes. De um pálido amarelo. Com caras escavacadas e corpos ossudos. Os olhos eram pequenos com as pupilas dilatadas, a pele era estaladiça, seca, e os lábios pareciam um amontoado de peles soltas avermelhadas. As mãos eram compridas, finas, com velhos livros e velhas pastas. As roupas, melhor, trapos, eram velhos e escuros. Algumas não tinham sapatos, mas também o chão parecia estéril, inabitável, com o negrume.
Andei involuntariamente pelo tráfego pedestre, caminhei entre as pessoas e elas nem davam pela minha presença.
Eis que acordei! Tremi e arregalei os olhos! Abri a janela, e vi…árvores, ouvi pássaros a chilrear. O Céu era azul, enublado e a chuva a caia de mansinho nas folhas das árvores, obrigando-as a movimentos quase imperceptíveis.
Fechei os olhos e desejei que o meu sonho nunca se torne realidade!...
sábado, 8 de março de 2008
Meu segredo, meu tesouro
Debaixo da pele escondo um segredo,
Não é triste, nem é alegre,
Não é valioso, nem é insignificante,
Não é antigo, nem é recente!
Dentro do coração, no fundo da alma,
Escondo, em silêncio, um tesouro,
Não é grande, nem é pequeno
Não é em ouro, nem em prata!
Se o conto? Só ao vento!
Se o conto? Só a gritar, palavras surdas…
Se o deixo ver? Só aos cegos!
Esculpindo-o em todas as rochas por onde passo!
E tu, meu amor, se não o escutas,
Não o vês, nem o sentes!
Porque não és cego nem surdo,
Nem sabes sentir com o coração!
Não é triste, nem é alegre,
Não é valioso, nem é insignificante,
Não é antigo, nem é recente!
Dentro do coração, no fundo da alma,
Escondo, em silêncio, um tesouro,
Não é grande, nem é pequeno
Não é em ouro, nem em prata!
Se o conto? Só ao vento!
Se o conto? Só a gritar, palavras surdas…
Se o deixo ver? Só aos cegos!
Esculpindo-o em todas as rochas por onde passo!
E tu, meu amor, se não o escutas,
Não o vês, nem o sentes!
Porque não és cego nem surdo,
Nem sabes sentir com o coração!
terça-feira, 4 de março de 2008
Vento!!! lolol
Opá, acho que este vídeo é espetacular!!!
http://youtube.com/watch?v=nT6sMPFIw4Y
Mesmo que seja publicidade cá vai...
http://youtube.com/watch?v=nT6sMPFIw4Y
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Ás vezes, à noite, escuto o silêncio.Ás vezes, de dia, vejo o vento
Ás vezes, à noite, escuto o silêncio. Somente escuto a sua sabedoria, as vozes que guiaram os meus antepassados pelas batalhas, em vitórias e derrotas.
Ás vezes, de dia, vejo o vento. Somente olho, o seu poder destrutivo, o seu sopro comedido, ofegante e entrelaçante, com que percorre o corpo esbelto de árvores e arbustos. Vejo a beleza agreste, pelos campos, pelos prados e pelos montes, soprada, levada pelo ar, por uma vontade que nada teme.
O inanimado, torna-se animado, vivo, dançante. A sinfonia composta pelo silêncio grita aos olhos do vento, leva-o a onde só ele pode ir, ao topo dos céus, ao profundo dos vales, desde o momento em que eu fecho os olhos e ouço, simplesmente escuto, simplesmente sinto. Oh que sensação.
Lentamente, perante mim, dois bailarinos se mostram, no alvorecer da manhã. Dois pardais, tão pequenos e tão vivos. Sua vida saltita pelos troncos das árvores despidas. Seus olhares verificam todos os cantos e esconderijos, à procura de migalhas e sementes. Sua penugem confunde-se com a terra húmida, com a casca das árvores e as rochas nuas que enfrentam a erosão.
Tão-somente aí reparo, o que de tão simples se torna óbvio, e do óbvio surge a complexidade. Que estou viva! Que tenho a honra e o prazer de desfrutar tudo aquilo que há de mais sublime a meu redor.
O inexplicável nem sempre tem que ter uma razão de ser, para quê racionalizar o perfeito. Porque é que o imperfeito tem sempre que racionalizar o perfeito?
Dos sons noctívagos passo, lentamente, para os sons diurnos. Começa pelos passos silenciosos de pássaros, ao seu canto poético dedicado ao nascer do Sol, acabando numa desenfreada loucura de movimento.
Na cidade nada disto se sente, é apenas o som dos alarmes dos carros, dos gritos e da música dos vizinhos pela noite a dentro.
De dia, são as buzinas dos carros, as vozes pouco amigáveis da multidão… pelo menos no campo a solidão fala-me, aqui a multidão isola-me, frustra-me, cala-me…
Ás vezes, de dia, vejo o vento. Somente olho, o seu poder destrutivo, o seu sopro comedido, ofegante e entrelaçante, com que percorre o corpo esbelto de árvores e arbustos. Vejo a beleza agreste, pelos campos, pelos prados e pelos montes, soprada, levada pelo ar, por uma vontade que nada teme.
O inanimado, torna-se animado, vivo, dançante. A sinfonia composta pelo silêncio grita aos olhos do vento, leva-o a onde só ele pode ir, ao topo dos céus, ao profundo dos vales, desde o momento em que eu fecho os olhos e ouço, simplesmente escuto, simplesmente sinto. Oh que sensação.
Lentamente, perante mim, dois bailarinos se mostram, no alvorecer da manhã. Dois pardais, tão pequenos e tão vivos. Sua vida saltita pelos troncos das árvores despidas. Seus olhares verificam todos os cantos e esconderijos, à procura de migalhas e sementes. Sua penugem confunde-se com a terra húmida, com a casca das árvores e as rochas nuas que enfrentam a erosão.
Tão-somente aí reparo, o que de tão simples se torna óbvio, e do óbvio surge a complexidade. Que estou viva! Que tenho a honra e o prazer de desfrutar tudo aquilo que há de mais sublime a meu redor.
O inexplicável nem sempre tem que ter uma razão de ser, para quê racionalizar o perfeito. Porque é que o imperfeito tem sempre que racionalizar o perfeito?
Dos sons noctívagos passo, lentamente, para os sons diurnos. Começa pelos passos silenciosos de pássaros, ao seu canto poético dedicado ao nascer do Sol, acabando numa desenfreada loucura de movimento.
Na cidade nada disto se sente, é apenas o som dos alarmes dos carros, dos gritos e da música dos vizinhos pela noite a dentro.
De dia, são as buzinas dos carros, as vozes pouco amigáveis da multidão… pelo menos no campo a solidão fala-me, aqui a multidão isola-me, frustra-me, cala-me…
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Jamais direi: perdi um dia por uma causa perdida!
Quem sabe ao certo o que é uma causa perdida? Um sonho, uma utopia, serão estes os exemplos típicos de uma causa perdida?
Ás vezes questiono-me se de facto vale a pena lutar, mas quando me encontro sobre a minha almofada e fecho os olhos, tudo é tão nítido, tão translúcido!
Se eu não tentar atingir o meu maior desejo, minha vitória, o meu Palácio da Ventura, quem serei eu? Que lema seguirei eu no meu dia-a-dia?
Ontem, hoje e amanhã. Todos os dias, até ao último, aquele que há-de vir, que não foge, que não se adia, que não se cancela, são dias de lutar pelo sonho mais honrado, o sonho pela felicidade.
Não deixes para amanhã aquilo que podes fazer hoje! Não esquecerei!
Ás vezes questiono-me se de facto vale a pena lutar, mas quando me encontro sobre a minha almofada e fecho os olhos, tudo é tão nítido, tão translúcido!
Se eu não tentar atingir o meu maior desejo, minha vitória, o meu Palácio da Ventura, quem serei eu? Que lema seguirei eu no meu dia-a-dia?
Ontem, hoje e amanhã. Todos os dias, até ao último, aquele que há-de vir, que não foge, que não se adia, que não se cancela, são dias de lutar pelo sonho mais honrado, o sonho pela felicidade.
Não deixes para amanhã aquilo que podes fazer hoje! Não esquecerei!
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Rumo a casa - a Solidão da Cidade
Mais uma vez saio deste lugar recalcado e de pedras centenárias. Com um pouco de jeito e um pouco de desleixo fujo às poças grandes, calcando pedras bicudas e poças menos profundas.
Parece que me fala, este lugar, que me quer aconchegar e abraçar. Contudo, aos poucos, passo após passo, abandono-o.
A rua! As pessoas fogem do olhar directo, olham-me de lado, de alto a baixo e de baixo para cima, mas nunca de frente. Hoje, tal como ontem, avanço pela multidão, pelo ruído de vozes altas e vozes baixas, buzinas de carros e sons menos rotineiros. Sou um espectro, ninguém aqui testemunha a minha luta infinita, ninguém me pergunta donde venho ou para onde vou, e eu caminho.
Finalmente chego à estação do metro, sem antes contemplar a imagem que se me apresenta. Ah! Quem me dera ser pintora, para pintar as sombras, as cores, a arquitectura monumental. Não, talvez poeta, sim, poeta, para descrever tão sublime imagem, triste e saudosista, tão própria do meu Porto! Descrever as gaivotas e os pombos que esvoaçam, partem das casas antigas e aninham em qualquer sítio que lhes dê conforto; e a magnitude destes monumentos, prédios e casas, as gotas negras que os cobrem de luto, relembrando o quão efémera a vida é, e ao mesmo tempo bela, única e imprevisível.
Mas não, não posso, 17:40, devo ir, tenho que ir… E vou! Deparo-me com o presente, as tecnologias tornaram possível tudo o que avisto e ouço e… ouço o metro, tenho que ir, rápido, rápido, o metro chama-me. Corro, desço escadas, e ouço passos, quem lá vem? Só mais um desconhecido que por instantes se torna meu companheiro de viagem.
Cheguei. Sento-me num banco e olho em meu redor. As vozes traulitantes dos estudantes, o olhar vago e translúcido de alguns idosos, a sinfonia desconexa dos passos dos que entram e dos que saem e… Ups…. Saio aqui…
A comitiva dos que “saem aqui” agrupa-se como um grupo coeso, é emocionante, subimos as escadas juntos, competimos pelo primeiro lugar, pela frente do grupo e, de repente, cá fora, afastamo-nos.
Mais uma vez, maquinalmente, caminho, sem parar uma vez, por vezes até conto os passos, 4 282 são normalmente os passos que dou até casa, sempre em frente. E cada passo que dou, penso eu, é um passo que já perdi, que não volta, e não há nada atrás, só há frente.
Eis que chego a meio da minha jornada, aqui onde normalmente há um velho na paragem do autocarro e todos os dias diz: “Olá menina, menina linda”. Já não o vejo há muito tempo, a única pessoa que me reconhece em todo o meu caminho.
Continuo a minha jornada, pelo meio das folhas secas caídas, dos transeuntes que aparecem e desaparecem, os carros acelerados e os pachorrentos, e contínuo, até chegar a casa.
Cheguei, sento-me, estou cansada, encosta a cabeça às pernas e choro. A voz não se ouve, a voz não fala, a voz calou-se. Silêncio.
Aos poucos faço o que sempre faço: preparo uma refeição, estudo e deito-me. Os músculos do meu corpo agradecem e uma voz ressurge, partindo do centro de mim, por estímulos e impulsos nervosos, inflama todo o meu corpo e diz baixinho: “ Amanhã é o dia!”. A voz cresce, grita, lateja e enche o meu coração de esperança e… o despertador toca! 7:30 da manhã.
Hoje é o dia!! Hoje tem que ser o dia!!!
Parece que me fala, este lugar, que me quer aconchegar e abraçar. Contudo, aos poucos, passo após passo, abandono-o.
A rua! As pessoas fogem do olhar directo, olham-me de lado, de alto a baixo e de baixo para cima, mas nunca de frente. Hoje, tal como ontem, avanço pela multidão, pelo ruído de vozes altas e vozes baixas, buzinas de carros e sons menos rotineiros. Sou um espectro, ninguém aqui testemunha a minha luta infinita, ninguém me pergunta donde venho ou para onde vou, e eu caminho.
Finalmente chego à estação do metro, sem antes contemplar a imagem que se me apresenta. Ah! Quem me dera ser pintora, para pintar as sombras, as cores, a arquitectura monumental. Não, talvez poeta, sim, poeta, para descrever tão sublime imagem, triste e saudosista, tão própria do meu Porto! Descrever as gaivotas e os pombos que esvoaçam, partem das casas antigas e aninham em qualquer sítio que lhes dê conforto; e a magnitude destes monumentos, prédios e casas, as gotas negras que os cobrem de luto, relembrando o quão efémera a vida é, e ao mesmo tempo bela, única e imprevisível.
Mas não, não posso, 17:40, devo ir, tenho que ir… E vou! Deparo-me com o presente, as tecnologias tornaram possível tudo o que avisto e ouço e… ouço o metro, tenho que ir, rápido, rápido, o metro chama-me. Corro, desço escadas, e ouço passos, quem lá vem? Só mais um desconhecido que por instantes se torna meu companheiro de viagem.
Cheguei. Sento-me num banco e olho em meu redor. As vozes traulitantes dos estudantes, o olhar vago e translúcido de alguns idosos, a sinfonia desconexa dos passos dos que entram e dos que saem e… Ups…. Saio aqui…
A comitiva dos que “saem aqui” agrupa-se como um grupo coeso, é emocionante, subimos as escadas juntos, competimos pelo primeiro lugar, pela frente do grupo e, de repente, cá fora, afastamo-nos.
Mais uma vez, maquinalmente, caminho, sem parar uma vez, por vezes até conto os passos, 4 282 são normalmente os passos que dou até casa, sempre em frente. E cada passo que dou, penso eu, é um passo que já perdi, que não volta, e não há nada atrás, só há frente.
Eis que chego a meio da minha jornada, aqui onde normalmente há um velho na paragem do autocarro e todos os dias diz: “Olá menina, menina linda”. Já não o vejo há muito tempo, a única pessoa que me reconhece em todo o meu caminho.
Continuo a minha jornada, pelo meio das folhas secas caídas, dos transeuntes que aparecem e desaparecem, os carros acelerados e os pachorrentos, e contínuo, até chegar a casa.
Cheguei, sento-me, estou cansada, encosta a cabeça às pernas e choro. A voz não se ouve, a voz não fala, a voz calou-se. Silêncio.
Aos poucos faço o que sempre faço: preparo uma refeição, estudo e deito-me. Os músculos do meu corpo agradecem e uma voz ressurge, partindo do centro de mim, por estímulos e impulsos nervosos, inflama todo o meu corpo e diz baixinho: “ Amanhã é o dia!”. A voz cresce, grita, lateja e enche o meu coração de esperança e… o despertador toca! 7:30 da manhã.
Hoje é o dia!! Hoje tem que ser o dia!!!
Amor platónico
Quem me deixasse ser borboleta,
Para poder poisar nas tuas mãos,
Sentir o teu toque delicado,
E voar com o teu olhar posto em mim.
Como eu bem queria,
Apenas um só olhar teu,
E como esse simples olhar bastava,
Para ruborizar a minha face.
E se me concedesses esse olhar,
Gostava que vislumbrasses no meu
(Olhar fugidio e rápido com que te olho)
A vontade de voltar a reencontrar o teu.
Almejava ser a Cinderela,
Num baile em que tu (obviamente) és o Príncipe,
Mas nunca perder o sapatinho,
Para a magia eternizar-se no espaço e no tempo.
Mas não…
O nosso olhar não se cruza,
Não sinto o teu cheiro nem ouço a tua voz perto de mim,
Só quando fecho os olhos…
Resta-me a saudade,
De um romance que nunca começou,
A verdade de um amor tão platónico
Como as histórias de Príncipes e Dragões.
E se num lance, num sussurro,
Te pudesse dizer aquilo que sinto,
Te pudesse enviar um segredo proibido,
No silêncio da noite, na frieza da rua,
Será que te apercebias,
Que era de mim para ti?
Que sempre foi dirigido para ti?
Que sempre foste quem eu anseio,
Meu Paladino, minha alma, minha dor?
Após tantos anos, tão longa espera,
Tão curta distância e tão distante presença,
Estive sempre aqui, e aqui estarei
Sempre…
A vi-te amar e vi-te sofrer,
E a ser feliz por te ver feliz,
E secretamente…
A amar-te, como sempre o fiz…
Para poder poisar nas tuas mãos,
Sentir o teu toque delicado,
E voar com o teu olhar posto em mim.
Como eu bem queria,
Apenas um só olhar teu,
E como esse simples olhar bastava,
Para ruborizar a minha face.
E se me concedesses esse olhar,
Gostava que vislumbrasses no meu
(Olhar fugidio e rápido com que te olho)
A vontade de voltar a reencontrar o teu.
Almejava ser a Cinderela,
Num baile em que tu (obviamente) és o Príncipe,
Mas nunca perder o sapatinho,
Para a magia eternizar-se no espaço e no tempo.
Mas não…
O nosso olhar não se cruza,
Não sinto o teu cheiro nem ouço a tua voz perto de mim,
Só quando fecho os olhos…
Resta-me a saudade,
De um romance que nunca começou,
A verdade de um amor tão platónico
Como as histórias de Príncipes e Dragões.
E se num lance, num sussurro,
Te pudesse dizer aquilo que sinto,
Te pudesse enviar um segredo proibido,
No silêncio da noite, na frieza da rua,
Será que te apercebias,
Que era de mim para ti?
Que sempre foi dirigido para ti?
Que sempre foste quem eu anseio,
Meu Paladino, minha alma, minha dor?
Após tantos anos, tão longa espera,
Tão curta distância e tão distante presença,
Estive sempre aqui, e aqui estarei
Sempre…
A vi-te amar e vi-te sofrer,
E a ser feliz por te ver feliz,
E secretamente…
A amar-te, como sempre o fiz…
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