Ás vezes, à noite, escuto o silêncio. Somente escuto a sua sabedoria, as vozes que guiaram os meus antepassados pelas batalhas, em vitórias e derrotas.
Ás vezes, de dia, vejo o vento. Somente olho, o seu poder destrutivo, o seu sopro comedido, ofegante e entrelaçante, com que percorre o corpo esbelto de árvores e arbustos. Vejo a beleza agreste, pelos campos, pelos prados e pelos montes, soprada, levada pelo ar, por uma vontade que nada teme.
O inanimado, torna-se animado, vivo, dançante. A sinfonia composta pelo silêncio grita aos olhos do vento, leva-o a onde só ele pode ir, ao topo dos céus, ao profundo dos vales, desde o momento em que eu fecho os olhos e ouço, simplesmente escuto, simplesmente sinto. Oh que sensação.
Lentamente, perante mim, dois bailarinos se mostram, no alvorecer da manhã. Dois pardais, tão pequenos e tão vivos. Sua vida saltita pelos troncos das árvores despidas. Seus olhares verificam todos os cantos e esconderijos, à procura de migalhas e sementes. Sua penugem confunde-se com a terra húmida, com a casca das árvores e as rochas nuas que enfrentam a erosão.
Tão-somente aí reparo, o que de tão simples se torna óbvio, e do óbvio surge a complexidade. Que estou viva! Que tenho a honra e o prazer de desfrutar tudo aquilo que há de mais sublime a meu redor.
O inexplicável nem sempre tem que ter uma razão de ser, para quê racionalizar o perfeito. Porque é que o imperfeito tem sempre que racionalizar o perfeito?
Dos sons noctívagos passo, lentamente, para os sons diurnos. Começa pelos passos silenciosos de pássaros, ao seu canto poético dedicado ao nascer do Sol, acabando numa desenfreada loucura de movimento.
Na cidade nada disto se sente, é apenas o som dos alarmes dos carros, dos gritos e da música dos vizinhos pela noite a dentro.
De dia, são as buzinas dos carros, as vozes pouco amigáveis da multidão… pelo menos no campo a solidão fala-me, aqui a multidão isola-me, frustra-me, cala-me…
Ás vezes, de dia, vejo o vento. Somente olho, o seu poder destrutivo, o seu sopro comedido, ofegante e entrelaçante, com que percorre o corpo esbelto de árvores e arbustos. Vejo a beleza agreste, pelos campos, pelos prados e pelos montes, soprada, levada pelo ar, por uma vontade que nada teme.
O inanimado, torna-se animado, vivo, dançante. A sinfonia composta pelo silêncio grita aos olhos do vento, leva-o a onde só ele pode ir, ao topo dos céus, ao profundo dos vales, desde o momento em que eu fecho os olhos e ouço, simplesmente escuto, simplesmente sinto. Oh que sensação.
Lentamente, perante mim, dois bailarinos se mostram, no alvorecer da manhã. Dois pardais, tão pequenos e tão vivos. Sua vida saltita pelos troncos das árvores despidas. Seus olhares verificam todos os cantos e esconderijos, à procura de migalhas e sementes. Sua penugem confunde-se com a terra húmida, com a casca das árvores e as rochas nuas que enfrentam a erosão.
Tão-somente aí reparo, o que de tão simples se torna óbvio, e do óbvio surge a complexidade. Que estou viva! Que tenho a honra e o prazer de desfrutar tudo aquilo que há de mais sublime a meu redor.
O inexplicável nem sempre tem que ter uma razão de ser, para quê racionalizar o perfeito. Porque é que o imperfeito tem sempre que racionalizar o perfeito?
Dos sons noctívagos passo, lentamente, para os sons diurnos. Começa pelos passos silenciosos de pássaros, ao seu canto poético dedicado ao nascer do Sol, acabando numa desenfreada loucura de movimento.
Na cidade nada disto se sente, é apenas o som dos alarmes dos carros, dos gritos e da música dos vizinhos pela noite a dentro.
De dia, são as buzinas dos carros, as vozes pouco amigáveis da multidão… pelo menos no campo a solidão fala-me, aqui a multidão isola-me, frustra-me, cala-me…
1 comentário:
Que saudades desse cheiro a natureza... que me deixasem palavras!
Sentir é tudo...
Amei todas as palavras aqui, neste teu cantinho, tão teu, só teu... e também um pouco nosso!
Beijinho grande
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